Solos Amazônicos — suas representações e seus contextos históricos

 Solos Amazônicos — suas representações e seus

contextos históricos

RESUMO ao longo da história a Floresta amazônica foi representada de diferentes maneiras. Seus solos também foram alvo de representações distintas. o modo como o solo é entendido tem implicações diretas na forma
como a paisagem e a floresta são percebidas, com consequências na agricultura, fator determinante para o desenvolvimento da região.

Este artigo apresenta uma análise de três diferentes representações sobre os solos da Amazônia, do contexto em que estavam inseridas e de suas principais consequências. A terceira representação, que ganhou força nos anos 1980, abraçou a pluralidade da floresta, quebrando com a homogeneidade da primeira e segunda visões, permitindo que o papel crucial da cultura no passado e, consequentemente, no
futuro da Amazônia, pudesse começar a ser reconhecido.

PALAVRAS-CHAVE Representações da Amazônia, solos, políticas.

Introdução
Ao longo do tempo, a Floresta Amazônica tem sido representada de maneiras diferentes por grupos distintos. Cada maneira de interpretar ajudou a delinear as políticas para a região.


Não apenas a floresta, mas também os solos da Amazônia foram
representados de diferentes maneiras ao longo de sua história.
Neste artigo, vamos analisar três representações dos solos da
Amazônia, apresentando uma análise do contexto histórico e
político em que estavam inseridos.

O artigo é dividido em quatro seções. A primeira seção é dedicada à primeira e segunda representações dos solos da Amazônia. A primeira definiu os solos da floresta tropical sul-americana como fértil, devido à qualidade exuberante de sua vegetação e está presente desde a chegada dos
europeus à floresta. A segunda representação vai contra a primeira e vê os solos da Amazônia como inférteis e foi reforçada
a partir da segunda metade do século XX.

A seção seguinte aborda uma característica comum a ambas as representações: a visão da floresta como homogênea. A terceira seção analisa o paradigma em que a pesquisa sobre a Amazônia encontrava-se
ligado até a década de 1980, bem como as representações dos
solos da Amazônia que surgiram a partir de então, apresentando
um novo cenário para a pesquisa.

Esta terceira representação apresenta uma Amazônia mais plural, com diferentes cenários culturais, sociais e ambientais dentro da floresta. É importante ressaltar que essas representações coexistem ainda hoje, o que
tem um impacto não só epistemológico, mas também prático,
pois as representações influenciam as políticas para a Amazônia.
A quarta seção apresenta as considerações finais.


A floresta tem uma história social que precisa ser conhecida
e compreendida, pois só assim podemos imaginar um futuro para
a Amazônia que realmente refletirá as lições aprendidas a partir
dessas interações no passado. A ineficiência das políticas e dos
planos de governo para a Amazônia não é novidade e faz parte
da história da floresta.

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No entanto, essas políticas são elaboradas com base em representações da floresta e, portanto, refletem o modo como a Amazônia é entendida por um dado governo em um momento específico. Por estarem frequentemente nas entrelinhas, essas representações não são reconhecidas como um fator
importante, e o fato de que nem sempre refletem a realidade da
floresta passa, por vezes, completamente despercebido.

Para se chegar ao cerne das frustrações políticas para a Amazônia e diagnosticar suas causas, é preciso descontruir essas representações, não apenas da floresta, mas também de seus solos.

CONTINUE LENDO O ARTIGO AQUI!!

 

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