Sobre o sul de Mato Grosso no século XX: A Colônia Agrícola Nacional de Dourados (1943 a 1970)
SOBRE O SUL DE MATO GROSSO NO SÉCULO XX: A COLÔNIA AGRÍCOLA
NACIONAL DE DOURADOS (1943 A 1970)
RESUMO:
Através de bibliografia, fontes primárias e depoimentos
orais, tratamos nesse texto sobre história da migração para o sul do antigo
estado de Mato Grosso (hoje Mato Grosso do Sul), mais especificamente para a
Colônia Agrícola Nacional de Dourados (CAND). Buscamos assim entender uma parte
importante da história do atual estado de Mato Grosso do Sul no século XX,
através de sua ocupação não indígena, no âmbito da Marcha
para Oeste, inaugurada durante o Estado Novo de Getúlio Vargas. O objetivo é
promover uma familiarização com o que se passou na região, tratando sobre os
tipos e formas de produção tentados no projeto de colonização, que incluíram a
produção de erva-mate, produto remanescente de momentos anteriores da história
da Colônia, abordando ainda outros temas
ligados às relações humanas, procurando incluir na medida do possível, o
impacto que a presença não indígena provocou no desenvolvimento social,
econômico, político e cultural.
Palavras-chave: Marcha para Oeste, Colônia Agrícola Nacional
de Dourados, Estado Novo
Os migrantes da região antes da década de 1930
A região sul do antigo Mato Grosso (hoje
Mato Grosso do Sul) desde o fim do século XIX viu um aumento importante no
fluxo de migrantes, sobretudo gaúchos. Claro que esta migração está abaixo da
que ocorreria durante o governo de Getúlio Vargas e posteriores, mas já
começava a mudar o cenário regional. Um desses gaúchos Thomaz Laranjeira, vindo
como
provedor de suprimentos para a “Comissão Mista de Limites Brasil-Paraguai”, do
pós-Guerra do Paraguai, obteve, em fins de 1882, uma concessão de exploração,
no sistema de arrendamento, de uma extensa área de terras devolutas situadas na
faixa de fronteira com aquela República, isto é, a região onde mais tarde
surgiria a povoação de Ponta Porã, onde extrairia erva-mate (CORRÊA FILHO,
1925, p. 14-16).
Diversos dos demais migrantes desse período ocuparam áreas
de produção de ervamate, sendo que alguns deles disputariam território com a Companhia Mate Laranjeira (sucessora
da empresa individual de Thomaz Laranjeira), empresa que teve o virtual
monopólio da produção ervateira no estado nas primeiras décadas do século XX. É
nesse sentido que o historiador Paulo Queiroz nos diz que foi significativo o
fluxo migratório
para o sul do estado logo após a Guerra do Paraguai (QUEIROZ, , 2008, p. 44),
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Créditos - Autor: José Antonio Fernandes
Mestre em História pela Universidade Federal da Grande
Dourados (UFGD) e atualmente professor da Secretaria de Estado da Educação de
Santa Catarina.
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