A liberdade educa ou a educação liberta?
A liberdade educa ou a educação liberta?
Uma
crítica das pedagogias da autonomia à luz do pensamento de Hannah Arendt
Resumo
A vinculação entre os objetivos do processo educacional e os ideais de
liberdade e autonomia parece ser um elemento comum e recorrente nos mais
variados discursos pedagógicos que marcaram o século XX. À primeira vista esse
aparente consenso poderia indicar um raro acordo em um campo marcado por
disputas teóricas e práticas, em geral fundadas em pressupostos divergentes e
que costumam apontar para ideais conflituosos e procedimentos alternativos. No
presente artigo, procura-se argumentar no sentido de que essa aparente
unanimidade tende a se esvair na medida em que se elucidam os diferentes
sentidos atribuídos ao ideal de “liberdade” e que se confrontam os esforços
práticos por meio dos quais se busca realizá-lo no campo da educação. Para
isso, recorre-se à análise de algumas das diferentes acepções do conceito de
“liberdade”, opondo a concepção que nela vê um desígnio político a ser
alcançado na vida pública às correntes que a identificam ora com a faculdade
subjetiva da vontade, ora com a não interferência na escolha individual. Por
último, procura-se vincular algumas dessas concepções de liberdade a diferentes
discursos pedagógicos, analisando-se a voga das correntes vinculadas à
“pedagogia da autonomia” à luz do pensamento político de Hannah Arendt e de suas
reflexões sobre a crise da educação no mundo moderno.
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Palavras-chave Filosofia da Educação — Educação e liberdade — Teorias da educação — Arendt.
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