A evolução das teorias administrativas á luz da sociologia de Norbert Elias
A EVOLUÇÃO DAS TEORIAS ADMINISTRATIVAS À LUZ DA
SOCIOLOGIA DE NORBERT ELIAS
Resumo
O
objetivo deste trabalho é examinar a evolução das principais teorias
administrativas do século XX à luz da sociologia histórica de Norbert Elias. O
texto traça um paralelo entre a evolução histórica das empresas, as
correspondentes teorias que as influenciaram e a abordagem sociológica de
Elias, que propôs que todos os processos de mudanças sociais fossem examinados
a longo prazo. Parte-se da introdução dos principais preceitos elisianos;
faz-se um balanço da herança deixada pela revolução industrial e uma revisão
dos modelos administrativos que emergiram em consequência desta, visando
entender como estas influenciaram: a) a forma como as empresas se estruturaram
e b) as teorias posteriores. São discutidas em certo detalhe as teorias
clássicas: a gerência científica de Taylor, o ideal burocrático de Max Weber, e
a Administração Científica de Fayol, pois apesar das evoluções posteriores,
estas teorias permaneceram como base a partir da qual melhoras e inovações
foram introduzidas. Somente a partir dos anos 80 as teorias modernas começaram
a emergir no âmbito empresarial e a consolidar algumas práticas que indicam
mudanças mais significativas, como a cooperação, a integração, a necessidade de
compartilhamento de conhecimento e o desenvolvimento do trabalhador. A
sociologia de Elias pode representar um importante referencial para o
entendimento das dificuldades que as organizações modernas enfrentam para se
re-estruturar e quebrar com as tradições da administração clássica.
Palavras-chave:
Teorias administrativas, Norbert Elias, Sociologia, Administração. Introdução.
Introdução
A
observação das práticas administrativas empresariais deixa perceber que, apesar
de muitas novidades teóricas percorrerem o mundo acadêmico e estarem sendo
lentamente implementadas, os últimos 100 anos não presenciaram muito mais do
que inovações incrementais às teorias clássicas. Isto é: de um modo geral, os
modelos clássicos da gerência científica de Taylor, a burocracia - conforme a
proposta de Max Weber - e a administração científica de Fayol permeiam a
realidade de uma grande parcela das empresas, ainda que combinadas com práticas
administrativas mais modernas.
As
iniciativas de Gestão do Conhecimento, por exemplo, em um estudo pioneiro
conduzido pela PriceWaterhouseCoopers em 1999, foram avaliadas entre
importante·e muito importantes por 90% das empresas - mas estão presentes em
somente 16% (e mesmo dentro desses 16%, encontram-se estruturadas formalmente
em menos da metade (48%); ou seja, menos de 8% do total de empresas pesquisadas
(PRICEWATERHOUSECOOPERS, 1999).
A
proposta deste estudo é buscar, na sociologia de Norbert Elias, a explicação
para as dificuldades de transição destes modelos clássicos de administração
para modelos mais flexíveis, que se adaptem às novas realidades do mundo
globalizado. Como notou José Terra, esta é uma necessidade emergente, que pode
determinar a sobrevivência das organizações modernas:
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Autores:
Viviane
Carvalho Bejarano (UTFPR)
Luiz Alberto Pilatti (UTFPR)
Antonio Carlos de Francisco (UTFPR)
Antonella Carvalho de Oliveira (UTFPR)
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