A civilização dos professores: emoções e poder no processo de institucionalização da profissão docente

 A civilização dos professores: emoções e poder no processo de institucionalização da profissão docente

Esta comunicação apresenta algumas conclusões de pesquisa cujo objeto de investigação foi o processo de civilização dos professores analisado a partir do estudo articulado entre as mudanças sociais e o acontecimento das alterações nas relações e no comportamento entre professores (adultos) e alunos (crianças). Discutiu-se a psicogênese do que constitui o professor na sociedade civilizada e a sociogênese da docência no momento da institucionalização da escola elementar e da profissão de professor ao longo do século XIX e início do XX no Brasil, tomando como caso específico a localidade de Minas Gerais (VEIGA, 2012).

A profissão professor historicamente se caracteriza por ambiguidades, por exemplo, ao mesmo tempo em que se superestima a importância de um “bom professor” para o avanço do nível de educação numa sociedade, de outro se tem a constatação do pouco reconhecimento e prestígio da profissão quando comparada a outras. A partir da popularização da docência no século XIX constatamos que se acentuam os conflitos entre os níveis de expectativa quanto à performance do professor e as suas condições de trabalho.

De um lado temos que, na sociogênese da estruturação do ofício de mestre como profissão evidencia-se uma função quase que redentora. Por exemplo, no relatório de 1863 o presidente da província mineira Crispiniano Soares afirmava: “O progresso, a lei da humanidade, não se pode realisar sem a moralisação da população. A moralisação é conseqüência da boa educação. Esta vem dos bons professores” (RELATÓRIO, 1863, p. 9). Mas já em outro relatório de 1865, afirma-se:

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Autora: Cynthia Greive Veiga.

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