As 5 perguntas encorajadoras de Peter Drucker
Esse artigo faz uma breve
reflexão sobre as perguntas encorajadoras de Peter Drucker e sua aplicação
prática no mundo dos negócios
Já li dezenas de livros sobre empreendedorismo nestes últimos dez anos. Muitos
eu recomendo para os alunos, outros eu utilizo como base das minhas aulas,
palestras e treinamentos, outros eu simplesmente ignoro embora seja possível
extrair algo de bom de cada um deles.
Livros são assim mesmo, alguns são modismos, outros são escritos sob
determinados contextos, mas, não se aplicam ao contexto da sua empresa ou da
sua necessidade, entretanto, tira-se um pouco daqui outro dali, e assim vai se
formando a base do conhecimento. O importante é ter discernimento para extrair
o que vale a pena ser aplicado em cada situação.
De tanto ler e recomendar acabei escrevendo os meus próprios livros – Manual
do Empreendedor e Empreendedorismo para Jovens -, ambos editados
pela Atlas, com base na minha experiência profissional com empreendedores de
pequeno, médio e grande porte. São livros que eu gostaria de ter lido antes dos
trinta anos para enriquecer ainda mais o assunto.
O fato é que, como eu sempre digo e repito, não existe fórmula infalível para o
sucesso nos negócios. Veja o exemplo do Monitor Company Group LP, empresa de
consultoria fundada por Michael Porter, o papa da estratégia mundial, em 1983,
a qual entrou com um pedido de falência na Corte de Falências dos Estados
Unidos, no Estado de Delaware.
É um caso digno de estudo: se o próprio Porter, um dos gurus mais respeitados
no meio acadêmico, não conseguiu fazer valer as suas próprias recomendações,
que chances eu tenho? Bem, dizer o que fazer é uma coisa, fazer é outra, mas,
isso não tira os méritos dele considerando que milhares de empresas prosperaram
ao redor do mundo utilizando-se dos seus conceitos.
Infelizmente, ou felizmente, em negócios, tudo depende. Do que? Do momento, das
circunstâncias, dos seus modelos mentais, do posicionamento correto e do valor
agregado dos seus produtos e serviços, da sua capacidade de investimento, da
sua persistência, do seu modelo de gestão, do seu estilo de liderança, das
pessoas que você contrata e assim por diante.
Dessa forma, como empreendedor, é necessário pensar nas questões mais simples
que impulsionam qualquer negócio onde quer você queira fazê-lo. Isso é o
básico, recomendado por Peter Drucker, guru da administração moderna, em seu
clássico Inovação e Espírito Empreendedor.
Ainda que você diga que sabe, a maioria dos empreendedores não consegue
responder claramente a essas questões. A simplicidade de cada uma vai fazê-lo
repensar qualquer suposição a respeito do seu negócio, da sua equipe e do seu
próprio modelo de gestão. Vejamos:
Qual é a sua missão? Em primeiro lugar, por que você quer abrir esse
tipo de negócio? Tem algo a ver com o que você realmente gosta de fazer? O que
você está tentando realizar para seu cliente? É algo que você está disposto a
conduzir pelo resto da vida?
Quem é o seu cliente? Que tipo de pessoa você está tentando satisfazer
com seus produtos ou serviços? Essa necessidade existe de fato? É um nicho
capaz de formar um novo público?
O que o seu cliente valoriza? O que você faz bem melhor do que os outros
e está preparado para oferecer a seus clientes? Você sabe vender arroz, feijão
e pão de forma diferenciada, a ponto de fidelizar os clientes para que comprem,
regularmente, no seu ponto de venda?
Que resultados você está tentando alcançar? Como você mede o sucesso? É
um negócio que vai ajuda-lo a sobreviver depois de aposentado ou é algo que
pode fazer a diferença na vida das pessoas?
Qual é o seu plano? Como você imagina conquistar o respeito dos clientes e
atingir os resultados que são mais importantes para consolidar o negócio? Na
balança dos prós e dos contras, o que pesa mais?
A maioria dos empreendedores começa um negócio sem a reflexão necessária para
isso. Na prática, a combinação entre o espírito empreendedor e a necessidade de
inovar para sobreviver é o que define o seu perfil de atuação no mercado. Ter
uma grande ideia não significa ter sucesso. Colocá-la em prática e trabalhar de
maneira consistente para sua execução é a melhor ideia.
Como eu já mencionei em outro artigo, em termos de gestão, pouca coisa mudou
nos últimos cinquenta anos. Fluxo de caixa, orçamento, planejamento
estratégico, balanço financeiro, matriz SWOT, mapeamento de processos,
estratégia de vendas, entre outros, são ferramentas aplicáveis a qualquer
negócio e tornam-se eficientes na medida em que são levadas a sério.
Contudo, como diria Peter Drucker, "Empreendedores procuram por mudanças,
portanto, olhe para cada janela e pergunte a si mesmo: isso poderia ser uma
oportunidade? Não perca algo somente porque não faz parte de seu planejamento.
O inesperado é frequentemente a melhor fonte de inovação".
Por fim, além de responder a s questões acima, lembre-se de que, atualmente, não
é necessário sofrer tanto. Existem artigos, cursos, empresas de consultoria,
livros e modelos de planos de negócios disponíveis aos milhares na Internet, no
Sebrae e nas escolas. Ninguém faz nada sozinho, portanto, não seja orgulhoso.
O orgulho é, geralmente, um poderoso indicador de insucesso em qualquer parte do mundo.
Pense nisso, empreenda e seja feliz!
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