Na verdade, meu problema é com as pessoas que usam alguns provérbios como muleta para justificar comportamentos questionáveis.

Eis alguns exemplos:

"Em time que está ganhando não se mexe” Usado por quem quer manter as coisas do jeito que estão.

As regras do jogo mudam toda hora. O time que está ganhando hoje pode não ganhar mais com as regras de amanhã.

“Para bom entendedor, meia palavra basta” Usado por quem não sabe explicar algo direito.

Com meias palavras, a gente subentende os problemas. E subentender é preencher as lacunas que você não entendeu com os seus padrões, que não necessariamente correspondem aos da questão que você está tentando entender. O subentendido gera mal-entendido.

“Cada macaco no seu galho” Usado por quem quer evitar a colaboração de outro no seu trabalho.

Os macacos de um mesmo galho têm repertórios (soma dos seus conhecimentos e experiências) tão parecidas que podem reduzir as possibilidades de conexões criativas. Convidar alguns macacos de outros galhos pode trazer novos inputs. Ou seja, chame o cara de logística para a reunião de RH.

“É melhor um pássaro na mão do que dois voando” Usado por quem quer optar pelo caminho de zero risco.

Ótima muleta para se contentar com o garantido. O problema é que as soluções criativas sempre trazem algum tipo de risco envolvido. Não tem como abrir um novo caminho com zero risco.

“Manda quem pode, obedece quem tem juízo” Usado por quem não quer contestar a opinião de alguém com status superior.

Toda solução criativa envolve algum tipo de desrespeito. Seja desrespeito a uma tradição cultural, seja desrespeito a um histórico da empresa, ou desrespeito à visão de alguém.

“Em casa de ferreiro, o espeto é de pau” Usado por quem fala e não faz.

Faça o que você fala. Walk the talk!

“Panela velha é que faz comida boa” Usado por quem quer continuar insistindo em algo ultrapassado.

Soluções antigas não resolvem problemas novos.

O que resolve problemas novos é a criatividade.

Autora- Murilo Gun