Se assim é, assim será?
Tudo era bem normal lá em Santantônio da Lamparina.
As crianças iam para a escola enquanto os pais trabalhavam. Todos riam, se divertiam e às vezes ficavam bem tristes também. Tomavam banho, soltavam pum e tinham coceira no pé, como toda gente em qualquer parte.
Só tinha um detalhe, mínimo, insignificante, que deixava tudo com cara de esquisito e diferente: lá, o dia era escuro como a noite, e quando era noite era noite também.
[...]
Por que ninguém pensava em se mudar dali? Porque lá havia o mais lindo luar e o mais delicioso banho de mar e um povo com um sonho em comum. Às vezes, coisas assim são suficientes para nos fazer ficar.
Num dia noite, chegou um, chegaram dois e mais três ou cinco equilibristas. Era uma família de artistas! Enquanto uns tocavam, os outros faziam lances incríveis, coisa de especialista!
Há muito tempo o vilarejo não recebia visita tão animada. Os equilibristas estavam acostumados a se apresentar até o Sol raiar e estranharam: já se sentiam cansados e nada de o dia clarear.
- O Sol não vai aparecer?
E foi assim que souberam que em Santantônio da Lamparina o dia era tão escuro como a noite e que já estavam acordados fazia dois dias e meio.
[...]
“que já estavam acordados fazia dois dias e meio.”
A oração “fazia dois dias e meio”, em destaque no trecho acima, aponta que
A)há um sujeito simples e seu núcleo é a palavra “dias”.
B)há um sujeito composto expresso por “dois” e “dias”.
C)há um sujeito desinencial já definido pelo contexto.
D)há uma oração com sujeito indeterminado pelo texto.
E)há uma oração sem sujeito, pois o verbo indica tempo decorrido.
Silvinha Meirelles publicado na revista Nova Escola.
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