O ensino superior e sua destruição.

“Além de preparar para o mercado, um dos propósitos do ensino superior tem sido o de educar seus alunos”. Além da mera instrução, a educação possui dois propósitos: a formação de uma identidade e formação de um sentido para a vida. Ambas são intimamente imbricadas. A identidade é a forma como alguém concebe a si próprio. Esta concepção é necessária para estabelecer um sentido para sua vida. Sem saber quem você é dificilmente saberá para onde quer ir. Provavelmente, a Paidéia foi um precursor da educação atual, com a diferença que a Paidéia não incluía apenas a educação, mas também algum preparo físico. A ideia da Paidéia é uma preparação completa, e não apenas intelectual, do cidadão grego.
Tal como a Paidéia, o ensino superior é direcionado às elites. Ao contrário dela, no entanto, o ensino superior tem incentivado em seus estudantes o feminismo, o racialismo etc. Estas fazem parte das políticas de identidade se iniciam pela desconstrução de noções da civilização ocidental. Esta desconstrução trata-se do adestramento dos estudantes para que todo seu pensamento se resuma à denúncia constante de uma onipresente opressão dos grupos dominantes. Assim, se alguém faz algo rude em relação a uma mulher, automaticamente se pensa que é por causa do machismo, e não simplesmente por faltar habilidades sociais.
O denuncismo mental, que recebe o eufemismo de desconstrução, é precedido e fortalecido pelo relativismo e pelo niilismo. Ambos realizam o trabalho de tornar a vida do estudante sem sentido. No desespero por este sentido, o estudante acaba aderindo a qualquer explicação a respeito de como funciona o mundo, nem que seja em um esquema ultra simplificado de opressor versus oprimido. “Na verdade, a própria desconstrução exige um esquema simples de apreensão do mundo, pois ela torna mais difícil esta apreensão, já que o tempo todo se pensa que tudo é ou pode ser falso”.
Tradução: Pedro Henrique
Revisão: Israel Pestana


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