O papel que a Grande Mídia


Da página do Renan Trevizan:

O papel que a Grande Mídia vem desempenhando na sociedade brasileira é de uma criminalidade atroz e tirânica contra a inteligência humana. A omissão completa - e proposital - para com a verdade chegou a níveis estratosféricos. A chamada "Era da Informação" que muitos gurus se vangloriam fazer parte é uma gigantesca fábrica de imbecis coletivos. Quando faço esse tipo de afirmação, não o faço por "achar" isso ou por "ter uma opinião" sobre o assunto, afinal quem diabos iria ligar pra o que um caipira idiota do Paraná, igual a mim, pensa? Não tenho opinião de praticamente nada, não quero ter agora e não o pretendo por uns bons anos.
A percepção da realidade físico-social não carece de opiniões alheias ou de "especialistas" que aparecem na mídia, mas sim de experiências reais no convívio humano com outras pessoas, observação profunda daquilo que está diante de você, entender que existe uma realidade, além da concepção de analogias com outras épocas e situações.
A grande literatura universal é um ótimo suplemento para enriquecer o conjunto de situações possíveis que os seres humanos podem vivenciar e cria uma brilhante transição mental entre os mais variados dramas que o homem vive, sendo de total utilidade na vida cotidiana. Quando se há um conjunto variado de homens sábios que dominam a religião, a língua e a alta cultura de um povo, mesmo as pessoas consideradas mais "simples" e sem instrução conseguem ter um belo norte e diferenciar a verdade do erro, o sujeito do objeto e não cometer equívocos para com as situações reais. Isso explica como homens e mulheres camponeses da Idade Média, que nunca leram na vida, sabiam lidar com as mais violentas adversidades da vida e conseguiam exercer inúmeras atividades de sobrevivência física e espiritual que qualquer cosmopolita atual jamais teria ideia. Aquilo que gênios como São Tomás de Aquino escrevia se espalhava na sociedade de tal maneira que a percepção da realidade entre um analfabeto e um intelectual não era gritante. Ambos sabiam identificar um picareta só de olhar na cara do sujeito.

Nossos avós e bisavós, mesmo tendo vivido em épocas de forte declínio da alta cultura, ainda tiveram o privilégio de serem contemporâneos de grandes intelectualidades, não obstante, tinham uma aptidão natural para criarem até 10 filhos com recursos escassos (muitas vezes sem se endividar) e não deixavam ninguém passar fome. Bem diferente da "Geração dos Workshops Financeiros" ao quais pessoas sem filhos e com acesso a qualquer tipo de informação conseguem a proeza de se endividar por conta de bens de consumo supérfluos, não é mesmo? Aquilo que chamamos de "instinto de Vó" ou “criatividade de Vô” nada mais é que um dos pontos máximos que a percepção da realidade inerente pode atingir, e isso tende a se tornar cada vez mais raro com o forte deslocamento do eixo da realidade para com as construções teóricas que os velhinhos de amanhã possuem hoje. Em palavras mais simples: o que a imensa maioria das pessoas atuais fala sobre aquilo que julgam ser a realidade não tem absolutamente NADA a ver com a realidade de fato. Isso é uma patologia mental denominada Paralaxe Cognitiva, em que o grau varia de acordo com cada situação específica. A ausência de pessoas capacitadas no Brasil para compreender as situações reais é a principal causa da imbecilização em massa.
Balzac afirmava em seus grandiosos romances que a individualidade humana - principalmente das incríveis mulheres parisienses - morreu na França após a Revolução há mais de 200 anos. E no Brasil? Vocês já repararam que absolutamente todas as pessoas que falam que tem opinião própria, que pensam com a própria cabeça -- "fora da caixa" -- e que não se deixam manipular por terceiros ou pela mídia, são aqueles que repetem sempre o mesmo discurso repleto de cacoetes, figuras de linguagem e frases histéricas sobre assuntos da mais alta complexidade e de questões que carecem anos de estudo e de profunda percepção sincera da realidade? Dão palpites desde Floresta Amazônica à até Guerra do Vietnã sem nunca terem estudado o assunto de fato, exceto pelo Quebrando o Tabu. São pessoas que acham que símbolos como títulos universitários valem mais do que a alta cultura de fato. Esse senso de ser maior do que aquilo que realmente é e de ter pretensões infindamente superiores à própria capacidade é algo enraizado na nossa cultura, que foi se acentuando com o advento republicano, porém isso é assunto pra outra hora. Adianto aos que gostam de ler (lembrando que ninguém é obrigado a gostar de ler) que as obras de Lima Barreto retratam bem esse ódio genuíno do brasileiro ao conhecimento.
Voltando à Grande Mídia, é curioso salientar que há 7 meses foi anunciado por diversos âncoras de telejornais no horário nobre que o Presidente Donald Trump tinha sofrido um pedido de Impeachment por um deputado democrata do Texas, um sujeito chamado Al Green, uma espécie de Tiririca da terra do Tio Sam, que absolutamente nenhum americano normal levou a sério. O assunto foi piada pronta nos EUA durante semanas, porém o brasileiro médio não sabe que jornais como "New York Times" ou canais como "CNN" são motivos de chacota na vida americana, pois produzem um número de mentiras - as chamadas FAKENEWS - com uma frequência assustadora. Em suma, ninguém leva a sério esses palhaços, exceto os jornais brasileiros que sabem que o poder de pronunciar "New York Times" faz milhões de brasileiros pensarem que se trata de algo sério. O fato é que a votação desse pedido de Impeachment ocorreu ontem na Câmara Americana, e a votação foi um estrondoso 364 a 58 a favor do arquivamento. Até a esmagadora maioria dos democratas não conseguiu levar isso a sério. E agora lhes pergunto: por que a Globo que fez um estardalhaço todo quando esse pedido de impeachment foi realizado, agora soltou apenas uma notinha no Jornal "O Globo" chamando essa votação de "simbólica"? Parece uma criança birrenta que quando perde no videogame pro amiguinho, diz que não estava jogando pra valer. Não satisfeitos com a surra na votação, a mídia ignora o vexame e agora sai falando que "o mundo está contra Trump" pela decisão de tornar Jerusalém a capital do Povo Judeu de Israel. Esse tal de "O mundo" da Grande Mídia se refere a meia dúzia de países socialistas e pró-terrorismo muçulmano, além de algumas notas de repúdio de países ricos governados por esquerdistas. São ESSES tipos de pessoas que querem dizer o que você deve comer, como deve educar seus filhos, como deve votar, a quem deve repudiar e quem são as pessoas boas e as más. A Grande Mídia é um esgoto e merece ser desmoralizada por cada pessoa que esteja comprometida com a verdade.



A intervenção de uma força poderosa no cenário histórico não é nunca um plano racional, uma obra de engenharia. É algo que mais se assemelha à "mão invisível" de que falava Adam Smith, que pela sua própria evanescência controla o conjunto sem intervir nos detalhes nem planejar coisa nenhuma. Raríssimos seres humanos são capazes de apreender esse movimento e posicionar-se nele vantajosamente, menos planejando-o e dirigindo-o do que dando a astuta impressão de que o fazem. TODA a estratégia gramsciana é desse tipo, e o "globalismo" também.

Tive hoje um debate no Brasil Paralelo com o prof. Paulo Roberto de Almeida. É um homem inteligente, culto e honesto, infelizmente, a meu ver, limitado pela perspectiva diplomática e econômica que é a sua área de atuação, e um tanto insensível, por isso, aos aspectos culturais e psicossociais mais sutis do processo globalizante. Ele tem razão ao dizer que o governo mundial é impossível, mas a impossibilidade de uma meta não prova a inexistência do movimento destinado a promovê-la. A economia comunista também era impossível, mas quantos, para realizá-la, não deram suas vidas e as alheias? O prof. Almeida se diz um racionalista, e o problema é exatamente esse: nenhuma análise histórica é mais arriscada do que aquela baseada na premissa de que todas as ações devem ser explicadas por um cálculo racional de interesses objetivos. Outro ponto importante, que não houve tempo de explorar no debate, é o seguinte: metas de enorme alcance como o socialismo, o califado universal ou qualquer tipo de império mundial são por natureza difíceis de definir e mais ainda de descrever no seu estado final pretendido. Por isso sua imagem se subdivide em metas parciais e estas, em vez da meta final, concentram os esforços e o entusiasmo dos seus adeptos. Assim a meta final pode ser adiada indefinidamente e até desaparecer das consciências sem deixar de ser o polo aglutinador e orientador ao qual, como a uma nebulosa imagem mítica, convergem milhares de esforços até inconexos. Karl Marx foi propositadamente vago quanto à sociedade socialista ideal porque só assim seria possível, por meio da confusão dialética da "práxis", articular estrategicamente o previsível e o imprevisível, o racional e o irracional. Com o "governo mundial" passa-se exatamente a mesma coisa. Não se vê em parte alguma um plano racional detalhado para construi-lo, mas nem por isso ele deixa de ser o inspirador remoto de milhares de inciativas independentes que convergem na sua direção.

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