Mulher que desmascarou Clube Bilderberg: “se Rajoy não é maçom, comporta-se como tal”
Doutora em Comunicação com tese sobre os segredos do seleto clube, Cristina Martín sustenta que os poderes globalistas declararam a III Guerra Mundial para que as instituições supranacionais, como a ONU, OMS, FMI ou a UE [União Europeia] ditem as leis de todos os cidadãos do planeta.
Desde 1954, uma série de personagens mundiais da alta política, das finanças e da realeza promovem uma reunião anual, à qual a imprensa não tem acesso. Neste clube reservado, que teve sua primeira reunião convocada pelo príncipe Bernardo da Holanda, e que foi financiada por David Rockefeller, são decididas estratégias globais que influenciam os governos, as leis e, no final, as pessoas.
Cristina Martín Jiménez (Sevilha, 1974) passou mais de treze anos investigando o Clube Bilderberg e publicou oito livros, alguns dos quais se tornaram best-sellers em vários países do mundo. Ela é doutora em Comunicação, cum laude, com tese sobre as inter-relações entre o Clube Bilderberg, os meios de comunicação globais e outros setores produtivos.
O fenômeno Bilderberg é uma questão muito séria, que deveria ter uma análise crítica nos meios de comunicação. Mas os meios globais são propriedade dos membros do Bilderberg, como demonstra Martín em sua tese, com o que pouco ou nada lhe contarão sobre seus projetos e decisões. Pelo contrário, o Poder com maiúscula utiliza os meios para controlar a população.
A senhora afirma que estamos na III Guerra Mundial. Explique-nos.
Venho analisando e expondo o modelo da III Guerra Mundial desde o meu primeiro livro (2005), fui a primeira jornalista no mundo a denunciar a nova mecânica dos conflitos bélicos e da era global. Anos depois, em 2014, o Papa Francisco a confirmou e, em seguida, o rei da Jordânia e o presidente da Duma Russa, mas nenhum deles a dissecou como eu.
O modelo da III Guerra Mundial é não só a bíblia do mundo contemporâneo mas a questão chave para compreender o que acontece atualmente no nosso país e o que vai acontecer no futuro em nosso planeta.
Como surgiu essa Guerra? Quem a planejou?
Ela tem a sua origem na Guerra Fria e o seu principal arquiteto foi um membro fundador das reuniões Bilderberg, o general Charles Douglas Jackson, chefe do gabinete de guerra psicológica do Presidente Eisenhower e agente da CIA. O paradigmático de Jackson é que ele também era o vice-presidente da Time Inc. e diretor das revistas Time, Life e Fortune. Ele estava à frente de um dos maiores conglomerados informativos dos Estados Unidos, o que pressupõe o controle das modas, pensamentos, emoções e comportamentos sociais.
O programa de guerra psicológica era coordenado a partir do Departamento de Estado, da CIA, Fundação Rockefeller e outros diretores de grandes meios de comunicação.
Quais eram os seus objetivos?
A guerra psicológica naquela época, como agora, pretendia conquistar a opinião pública, já que o modo de pensar das pessoas determina os valores e as leis sobre as quais se apoiam as sociedades.
Se controla a mente, controla o comportamento das pessoas e, como disse Eisenhower: “O nosso objetivo na Guerra Fria não é conquistar um território ou submetê-lo pela força. O nosso objetivo é mais útil, mais penetrante, mais completo. Estamos tentando, por meios pacíficos, que o mundo crie a verdade”.
É uma luta para alcançar o poder…
Hoje a guerra é contra a velha ordem mundial de Estados nacionais históricos, que têm uma tradição cultural muito antiga, quer dizer, contra o poder de decisão dos indivíduos. O objetivo é que instituições supranacionais como a ONU, a OMS, FMI, a UE [União Europeia] ditem as leis de todos os cidadãos do planeta. Caminhamos para um governo global totalitário, e isso é muito perigoso para as pessoas.
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Quantos Soros existem no Bilderberg?
Além de Soros [George] existem outras entidades mais poderosas que também pertencem ao elitista Clube Bilderberg, como o American Enterprise Institute (AEI). O seu presidente, Arthur Brooks, passeou e foi fotografado com Puigdemont [político e jornalista espanhol] nas instituições catalãs, mas os cidadãos não sabiam que era um Bilderberg.
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Que papel desempenham os meios de comunicação em tudo isso?
Os principais meios de comunicação de alcance global são propriedade dos globocratas do Bilderberg, como mostro em minha tese, e cumprem perfeitamente a sua função nesta luta. Vemos, por exemplo, a pergunta que lançou o periódico inglês The Guardian aos seus leitores: What do you think about Democracy in Catalonian? [tradução livre: “O que você pensa sobre a Democracia na Catalunha?”]. É uma pergunta capciosa, formulada depois que circularam pelo mundo imagens de policiais batendo em manifestantes no dia do referendo ilegal.
O jornal não analisa com profundidade o que vem acontecendo, não lhe interessa, não é objetivo, não é independente, porque está nas mãos do poder, que tem um claro interesse na Espanha e na Catalunha. Ele consegue convencer os britânicos a se posicionarem contra a Espanha, pois, antes, contou a eles que é um Estado opressor, semelhante ao regime franquista, como dita a propaganda oficial que estão difundindo por todo o mundo.
A entrevista de Puigdemont na televisão nacional de Israel é um tipo magistral de propaganda. Como cientista no campo da Comunicação, percebo essas ações claramente. Para viver em uma democracia, a independência da imprensa é essencial, mas como está nas mãos dos grandes fundos, bancos, financistas e investidores, nós, cidadãos, temos que ser observadores treinados.
Os grandes meios de comunicação não explicam essa manipulação, consequentemente, os cidadãos não a veem nem a entendem.
Durante muitos anos, a propaganda e o medo foram os principais instrumentos do Poder com maiúscula. Mas, quando uma pessoa se queima, aprende a não se aproximar muito do fogo. A crise global que declararam para nos roubar despertou muitos cidadãos. Já não é tão fácil enganar todo mundo. Está acontecendo tanta coisa, e há tantos processos em aberto sobre a mesa e tantos possíveis desvios que é esmagador.
Porém, o mais perigoso é que se apropriaram da imprensa livre, assim como dos principais buscadores e redes da Internet. Como disse Milan Kundela: […] “é a guerra, itinerante e perpétua, que promove e garante essa unidade da humanidade por tanto tempo sonhada. A unidade da humanidade significa: ninguém pode escapar para canto nenhum”. Mas ainda tem muitas cartas para serem jogadas sobre a mesa. O jogo não terminou. Contudo, as pessoas têm que saber o que está acontecendo para jogar suas cartas com maestria.
Quem são os “globocratas” de quem a senhora fala? A nova oligarquia que pretende repartir entre si o mundo?
São uma superclasse com visão global, com interesses e negócios espalhados por todo o mundo e com a intenção de governar o planeta inteiro. São os que se reúnem no Bilderberg desde 1954.
Quer dizer que os donos do mundo já não são os Estados Unidos e a Rússia – os blocos da Guerra Fria – mas os “milionários malvados e conspiranóicos” como Soros, Bill Gates, Rockefeller, de acordo com algumas fontes?
Quem impulsionou as revoluções francesa, norte-americana e outras dos finais do século XIX foi a burguesia, que já tinha o dinheiro e pretendia assumir o poder. Os globocratas do século XXI têm o dinheiro, têm poder, mas querem todo o poder do mundo, porque jamais têm o suficiente. São milionários cegos pela ganância e, realmente, isso os transforma em canalhas conspiranóicos muito perigosos. Eles existiram em todas as épocas, mas nesta é mais difícil percebê-los, pois se escondem e utilizam muitas máscaras.
E a Maçonaria?
A Maçonaria é a rede oculta onde se articulam os principais poderes: o financeiro, político, cultural, educativo e o dos meios de comunicação. Os grandes Bilderberg são maçons, como Obama, os Clinton, Kissinger, ou os reis e aristocratas da Europa. Estes não utilizam aventais nem se reúnem em lojas, porque esse folclore é para os escalões mais baixos, que não sabem para quem trabalham e quem está na parte de cima da pirâmide. O meu último livro, Los amos del mundo están al acecho [tradução livre: “Os donos do mundo estão de olho”], começa com um capítulo sintético, no qual trato das origens da Maçonaria e os seus vínculos com o poder contemporâneo.
Rajoy [Presidente do Governo da Espanha] é maçom?
Se não é, comporta-se como tal. Confia em demasia na União Europeia, que é controlada por maçons.
A ERC [Esquerda Republicana da Catalunha] tem uma tradição maçônica (Companys, Maciá), e agora se diz que Junqueras é maçom e católico.
Qualquer um que tenha estudado minimamente a Maçonaria sabe que não se pode ser maçom e católico. Não só por ordem papal, mas porque são essencialmente contraditórias e defendem mundos opostos. Um observador iniciado neste tema adverte com claridade como a Maçonaria está no seio da Igreja Católica e como Bispos e sacerdotes são maçons infiltrados. Com relação à Catalunha, percebe-se a mão da Maçonaria em todo o processo, tanto no projeto, que coincide com o dos maçons da União Europeia, quanto em seus personagens.
Na crise catalã se fala em Maçonaria e grupos de poder. Maçonaria ou Bilderberg?
É o mesmo.
[…]
Os políticos repetem a palavra “democracia” até esvaziar o seu conteúdo. Vivemos em liberdade ou é uma ilusão?
Se não se luta pela liberdade, ela é perdida. Nas últimas décadas perdemos muita liberdade enquanto se implantava o que chamo de “sentimento único”. Sem ele não há ódio, e sem ódio não há guerras. Daí vem a escravidão, a tirania e o totalitarismo.
O mundialismo teve um ou outro revés (Trump, Brexit, o “não” contra a falsa paz das FARC, na Colômbia…). Oposição real ou dissidência controlada?
É uma oposição real contra o totalitarismo globalista.
Bruxelas é um perigo para a democracia, ao impor sua agenda cultural (pró-aborto, LGBT) aos países soberanos?
Não é um perigo para a democracia, é um perigo para as pessoas, para a vida no planeta.
França e Alemanha se islamizam paulatinamente… Ninguém vai frear o processo?
Existem países onde conseguiram criar sociedades débeis e que não parecem ter resistência contra o controle. Existe um plano de gerar uma grande guerra entre os países de tradição cristã e os de tradição islâmica. Segundo preveem, nesta futura guerra, sofrerão os de sempre: o povo. E ganharão os de sempre: os que controlam o processo. Mas o que eles consideram controlado pode sair do controle. Como dizem os militares: sabe-se como se começa a guerra, mas se desconhece como ela acaba. Quem brinca com fogo acaba se queimando.
A Europa se suicida ao renunciar as suas raízes cristãs?
As raízes cristãs da Europa não surgiram de um dia para o outro, mas de um longo processo que durou séculos. No ano 313, o então rei do mundo, o imperador Constantino, adota o cristianismo como religião oficial. É uma revolução cultural enorme, que ainda deve passar por um longo período para que fermente em todo o império.
O que os globocratas pretendem agora é realizar uma revolução cultural similar em todo o planeta. Para isso, criaram uma religião de laboratório, que explico com todos os detalhes em Los amos del mundo están al acecho. Para controlar os sentimentos de todo o planeta, seu plano é substituir o cristianismo com esta nova religião. E aqui é onde aparece o maior perigo de todos, maior inclusive que o político, porque, se conseguem mudar a fé das pessoas e comprometê-las com o seu projeto, a humanidade estará perdida. Essa nova revolução cultural é um suicídio não só para a Europa, mas é um suicídio para o mundo inteiro.
Viktor Orban e o governo polonês parecem bastiões antiglobalização diante do mundialismo… Serão varridos pelo establishment?
Não é o primeiro totalitarismo que a Europa enfrenta. A humanidade reagirá, talvez tarde, como ocorreu em outras ocasiões, mas a vida voltará a abrir caminho frente ao absurdo que nos ameaça.
É possível com os meios existentes mudar a situação ou o controle por parte da elite sobre o futuro do mundo é irrefreável?
Eles têm mais armas, mas a humanidade possui a verdadeira força, e, com ela, ressurge como uma fênix.
Tradução. Bruno Braga.
Publicado em http://www.obramissionaria.com.br/
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