História do Ensino em Rondônia.
“Fomos pioneiros na criação de escolas dirigidas
pelo rádio, o que permitiu uma maior difusão de escolas pelo interior, todas
dirigidas por Porto Velho. Improvisamos muitas escolas até em caixotes” (Esron
de Menezes, “Retalhos Para a História de Rondônia”)
Durante muito tempo a educação permaneceu em mãos de
particulares. Inicialmente juntavam pequenos grupos, tanto em Guajará-Mirim
quanto em
Porto Velho, que eram entregues principalmente a
religiosos com o objetivo de “desarar” os meninos e meninas que estudavam
separados. Aos meninos eram ensinadas a arte de oleiro, ferreiro e carpinteiro.
As meninas aprendiam o catecismo e prendas domésticas.
Muito
mais tarde quando foi criado o município de Porto Velho, embora ainda
pertencentes ao Amazonas, seu primeiro superintendente, major Fernando
Guapindaia de Souza Brejense, criou a primeira escola oficial na regiam que
viria mais tarde a ser Território do Guaporé. Havia um grande esforço em
Guajará-Mirim do padre Paulo Saldanha e de João Nicollet em Porto Velho,
que fundou o colégio Dom Bosco e o Instituto Maria Auxiliadora.
Após
1915, quando foi iniciado o ensino público, outras modalidades foram surgindo e
após o surgimento do território, o ensino foi implantado por completo.
Em 1978,
Rondônia fez um levantamento sobre a educação e concluiu que o ensino
preconizado nas leis 4.024/61 e 5.692/71 era mal administrado até então. A
afirmação foi baseada no fato de não existirem oficinas, laboratórios,
escritórios modelos e enfim, o instrumental necessário ao funcionamento dos
cursos profissionalizante a nível de segundo grau existentes.
Os cursos
nem eram profissionalizantes e ainda prejudicavam a formação geral da juventude
estudantil até porque o núcleo comum, ou seja, Comunicação e Expressão, Estudos
Sociais e Ciência eram prejudicados com 60% em favor da parte
profissionalizantes, meramente ditadas nas salas de aula.
Os
setores administrativos da Secretaria de Educação se caracterizavam pela
inoperância e emperramento da máquina administrativa. Grande parte dos
responsáveis pelos setores não tinham qualificação específica e necessária ao
funcionamento, pelo menos regular, com raras exceções.
O quadro
da estrutura do sistema territorial de educação de Rondônia, era na realidade
sombrio. Numerosas distorções e irregularidades no sistema.
Outro
aspecto relevante e que constituía um dos pontos de estrangulamento e
responsável em grande parte pela baixa produtividade do sistema, através de
baixo nível de ensino, pelo alto índice de evasão escolar e ainda pelo elevado
índice de reprovação, era que não existia também uma estrutura racional dos
quadros de pessoal técnico-administrativo e docente, com base em critérios de
acordo com o nível de qualificação e atuação.
Normalmente,
as contratações e promoções que se verificavam na Secretaria de Educação, eram
aleatórios. Nem mesmo obedeciam a legislação federal, respeitando os requisitos
de seleção e admissão de recursos humanos, tal era a carência de
elementos preparados para o executivo do magistério.
Durante
algum tempo, o Centro de Ensino Superior de Rondônia, mantido pela Fundacentro,
entidade municipal criada pelo então prefeito Odacir Soares, foi autorizada a
funcionar com os cursos de Administração, Ciências Contábeis e Ciências
Econômicas, pelo decreto nº. 84.696 de 12 de maio de 1980. Aproveitando o surto
de crescimento e desenvolvimento de Rondônia, que se preparava para a
emancipação, transformando-se em Estado de Federação. O Governo criou um grupo
de trabalho, liderado pelo jornalista Euro Tourinho Filho, primeiro reitor da
Fundação Universidade Federal de Rondônia, criada pela lei nº. 7.011 de 8 de
julho de 1982, após muita luta, viagens e reuniões, quando a Unir – sigla
definida para a entidade – conseguiu finalmente ser implantada com novos
cursos, além dos que absorvera, sendo os cursos oferecidos até a primeira
metade do ano de 1983: Ciências Contábeis, Administração, Educação Física,
Geografia, História, Letras, Ciências e Pedagogia.
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