Confederação do Equador – resumo, causas, objetivos e fim
Apesar de levar o nome de Confederação do Equador, o nosso país vizinho não tem nada a ver com a história, este nome foi dado, pois o centro do movimento ficava próximo a Linha do Equador. A Confederação do Equador ocorreu na região Nordeste do Brasil em 1824 e foi um movimento revolucionário, de caráter separatista e republicano. Além disso, foi a principal reação contra a tendência absolutista e a política centralizadora do governo de D. Pedro I (1822-1831).
Tudo começou na província de Pernambuco e rapidamente se espalhou para outras províncias próximas, como: Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. Pernambuco foi o centro da revolta, lá o movimento teve participação das camadas urbanas, elites regionais e intelectuais. Porém, o principal diferencial deste movimento foi a grande participação popular.
PRINCIPAIS CAUSAS
Vários motivos desencadearam esse movimento, um deles já citado foi o descontentamento com o governo de D. Pedro I, que estava interessado em uma centralização política. Além disso, mesmo após a independência do Brasil, Portugal ainda influenciava muito nas nossas decisões políticas e isso incomodava o povo. Nessa época Pernambuco passava por um período de miséria.
Porém o grande estopim da revolta, foi quando D. Pedro I indicou o governador Francisco Paes Barreto de sua confiança para governar Pernambuco, mesmo após a elite da província já ter escolhido o governador Manuel Carvalho Paes de Andrade para o cargo. Isso causou grande fúria em Paes, que rapidamente mobilizou forças para organizar um movimento separatista na região nordeste. A intenção dele era criar um novo Estado que levaria o nome de Confederação do Equador.
OBJETIVOS DO MOVIMENTO
O principal objetivo do movimento era a criação de um governo republicano. O fim da escravidão e o recrutamento militar obrigatório das populações subordinadas ao novo governo foram as primeiras medidas tomadas. Os principais lideres populares da Confederação (Frei Caneca, Cipriano Barata e Emiliano Munducuru), exigiam reformas mais radicais semelhantes as da Revolução Haitiana.
Já a ala popular do movimento sonhava com a criação de um governo controlado pelo povo e o fim da escravidão. Enquanto, as elites agrárias participantes do movimento eram contra tais pensamentos o que fez com que eles desistissem de apoiá-lo. Esse tipo de discussão interna era tudo o que D. Pedro I queria, pois isso deixaria seu triunfo ainda mais fácil.
FIM DO MOVIMENTO
D. Pedro I nem um pouco feliz com o movimento, obteve empréstimos com a Inglaterra e formou um exército que foi comando por Francis Lima e Silva, além dele foi contratado um mercenário britânico chamado lorde Cochrane. As primeiras dificuldades para os confederados começaram a surgir em setembro de 1824, quando um bloqueio naval foi instituído.
Para piorar, em terra, as elites dissidentes formaram milícias que ajudaram a por fim na Confederação do Equador. Paes de Andrade, sem muitas opções, acabou se refugiando na Inglaterra. Porém, nem todos tiveram a mesma sorte e outros líderes separatistas acabaram sendo mortos pelas autoridades imperiais.
Dezesseis revoltosos foram condenador pelo tribunal, entre eles o Frei Caneca, que foi sentenciado à morte por enforcamento. Porém, os responsáveis pela execução, conheciam a fama religiosa que o Frei tinha e não aceitaram cumprir a sentença. Mas, isso não fez com que a vida de Frei Caneca fosse poupada, pois sua pena foi mudada para morte por fuzilamento. Alguns revoltosos fugiram para o sertão, porém o movimento rapidamente perdeu força e acabou no mesmo ano que começou.
https://osuperdna.blogspot.com/
COMENTÁRIOS