Simplifique!

Vivemos numa época cheia de novidades e de intensa evolução tecnológica. Entretanto, muitas vezes me pergunto o quanto destas novidades são realmente evolutivas. Vamos pegar como exemplo a onda dos tablets. Tem gente usando tablet como celular! Você já viu alguém carregando um tablet? É confortável? Cabe no bolso? Parece normal e estético falar com aquele treco em frente do rosto?



Há apenas alguns anos, a moda era ter celulares cada vez menores e portáteis. Hoje em dia, é difícil não ver um tijolo fininho, mas grandão, colocado na mesa durante uma reunião.

Pode ser que você não concorde comigo e neste exato momento esteja pensando o quanto estou sendo retrógrado, mas realmente não vejo utilidade para um monte de coisas sendo lançadas por aí. Outro exemplo? Porque comprar uma televisão que entende o comando de voz, se você não tiver nenhum problema de movimento ou locomoção? Qual vantagem existe em dizer “liga” ao invés de apertar o botão do controle remoto? Para dizer a verdade, até os controles remotos das TVs me geram problemas, pois eles tem a mania de se perderem no sofá ou em algum canto da sala – e no meio da tensa procura, me resta o pensamento reconfortante de lembrar que posso simplesmente me levantar e mexer nos botões da própria televisão. OK, agora você pensou que com uma TV com comando de voz eu não precisaria procurar o controle remoto nem me levantar do sofá, certo?

Bem, eu vendi tecnologia durante boa parte da minha carreira como funcionário de multinacionais, mas devo fazer uma confissão, que muitos dos meus alunos já ouviram em minhas aulas: eu odeio tecnologia! E talvez tenha sido exatamente esta característica que sempre me fez vender bem produtos e serviços tecnológicos, pois sempre procurei simplificá-los.

Sempre busquei focar no que estes produtos faziam, ao invés de suas características, além de procurar traduzir em linguagem leiga todos aqueles jargões técnicos. Isto me facilitava um monte falar com as pessoas que realmente decidiam, fazendo-as entenderem o que estavam prestes a assinar - ao invés de ficar falando com influenciadores técnicos, que quase sempre não tinham o real poder de compra.

Acredito piamente que a vida pode ficar melhor se buscarmos a simplificação em nosso dia-a-dia. Anos atrás, resolvi fazer uma caminhada de 241 km entre as cidades de Santana do Parnaíba e Águas de São Pedro, no Estado de São Paulo. E uma das coisas que aprendi nesta jornada é que realmente precisamos – e devemos - levar poucas coisas em nossa mochila. Este foi um dos ensinamentos que ficou desta aventura: pensar seriamente sobre o que é indispensável para vivermos felizes.

Estes pensamentos sobre simplificação e tecnologia me vieram à cabeça neste final de semana, em função de algumas mensagens que chegaram quando lancei no mês passado a proposta das Aulas-Encontro. Muitos leitores do blog sugeriram que eu lançasse as aulas também por internet. Perfeito, eu reconheço que com a internet poderia atingir pessoas de fora de minha localidade. Mas acredito que um ponto importante da Aula-Encontro pode se perder com a utilização da internet como mídia: o calor humano. A possibilidade de estar diante dos alunos e realmente poder capitar e sentir as vibrações pessoais durante uma troca de ideias é inigualável. Por internet, para mim, parece como namorar e casar por correspondência...

Tempos atrás – mais ou menos uns 12 anos – , tive um contato intenso com o Budismo Tibetano. E uma das coisas que me surpreenderam nesta prática foi a questão da tradição oral: os ensinamentos são passados pessoalmente pelo Lama aos praticantes. A presença do Lama é necessária, inclusive, para que se consiga aprender a ler corretamente os textos budistas, que são colocados muitas vezes fora de ordem para proteção da prática. Quando algum praticante tem alguma pergunta e se dirige a outro mais experiente, a resposta padrão que se ouve é: "pergunte ao Lama". Talvez sejam estes detalhes que façam estes ensinamentos permanecerem íntegros e confiáveis há milhares e milhares de anos.

Pois é, o que busco neste momento com as Aulas-Encontro é a possibilidade de contato direto e pessoal com os alunos que desejam ter seus questionamentos tratados de forma direcionada e direta. É uma oportunidade de poder trabalhar as bases necessárias para que os conceitos e práticas sejam compreendidos corretamente – e no ritmo de cada grupo – e assim ajudar cada vez mais pessoas a terem uma vida mais produtiva e com resultados melhores. Simples, direto e sem parafernálias.

Ficam, então, as Aulas-Encontro restritas, neste momento, àqueles que estejam em São Paulo, ou aos que se disponham a vir para cá de quinze em quinze dias, passar meio período de conversa extremamente produtiva. No futuro, quem sabe, em me renda à internet ou ao que venha depois dela…

Para aqueles que tenham interesse e ainda não enviaram suas inscrições, um lembrete: elas se encerram dia 15 de agosto. Para saber mais, visitem o site da SaleSolution ou enviem seu e-mail para o salesolution@salesolution.com.br.
 
Renato Romeo
Recebi um e-mail com algumas fotos que realmente preciso adicionar a este post, pois exemplificam muito bem a nossa conversa:
Olha esta:
Só mais esta:

Bem, me veio a seguinte questão na cabeça: se vendas e negociação dependem em muito do contato humano, será que as próximas gerações - ou mesmo as atuais que estão chegando ao mercado de trabalho - vão precisar serem treinadas a como interagirem de forma presencial com outros seres humanos, do mesmo modo que antigamente tivemos que aprender a datilografar? É piração minha ou é real e pode acontecer?

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