Gerenciando equipes muito ruins
Como se gerencia um grupo
ruim? Missão impossível? Longe disto. Se não for “o time dos sonhos” é preciso
arrumar alguns processos. Veja a análise do consultor Paulo Ricardo Mubarack
Muitos gestores organizam o
trabalho como se fossem ter à disposição os melhores funcionários do mundo.
Como evidentemente não têm, queixam-se de sua sorte e da empresa, crucificando
a "incompetente" área de RH, que nunca consegue selecionar os
empregados de que preciso.
Sempre afirmo que ninguém é pago para ser ingênuo ou para
trabalhar em um mar de rosas, com abundância de dinheiro e de pessoas
talentosas. Portanto, um gestor com um mínimo de competência administrativa e
senso da realidade não pode preparar seus processos contando com os melhores
profissionais, pois a probabilidade de que não conte com mão-de-obra
extremamente qualificada é muito grande.
O gestor precisa estudar, com o auxílio de RH, os perfis que
realmente terá à disposição (em função do mercado e do salário que a empresa pode
pagar) e preparar o trabalho para ser feito com garantia de qualidade mesmo com
uma equipe muito ruim. E, o melhor, sem queixas!
Como se gerencia um grupo ruim? Missão impossível? Longe disto.
Em primeiro lugar, o gestor deve estudar detalhadamente o mercado e compreender
com clareza quem terá à disposição. Se não for "o time dos sonhos",
precisa arrumar em seus processos:
1. Treinamento forte.
2. Padrões documentados.
3. Supervisão excelente.
4. Automação (toda que for possível).
5. Inspeção rigorosa.
Todos estes cinco itens serão planejados em função dos perfis
reais e não em função de perfis sonhados, mas inexistentes. Eles amenizarão o
fato do gestor ter uma equipe ruim. A falha não reside no fato de não termos
pessoas talentosas e automotivadas à disposição, mas no fato de não
reconhecermos e não nos prepararmos para esta realidade.
Sonhar
ou reclamar certamente não são bons negócios e não resolvem absolutamente nada.
Ter funcionários muito jovens e/ou mal pagos e/ou com perfis fracos não é desculpa
para equipes de baixa performance. Muitos gestores são preguiçosos e procuram o
atalho, isto é, não preparam planos de treinamento, não escrevem procedimentos,
não mapeiam processos, não desenvolvem (estes, sim) supervisores excelentes,
não estudam automação nem implantam inspeção rigorosa.
Não tem paciência para isso. Preferem a zona de conforto onde
acusam a empresa e RH de não contratarem as melhores e mais talentosas pessoas.
O gestor precisa viver um paradoxo: ter um grupo ruim
(exagerando na expressão) e, mesmo assim, ter a capacidade de organizar o
trabalho para suavizar esta ruindade e obter resultados. Se não fosse assim,
para que seriam necessários os gestores?
Paulo Ricardo Mubarack - Consultor de
Gestão, Qualidade, Administração de Pessoas, RH, ISO9001 e Autor do Livro
empresas nuas
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