HERMENÊUTICA: O QUE MAIS FALTA A JESUS?...
O QUE MAIS FALTA A JESUS?...
Paulo nos diz que a letra
mata [mesmo que seja letra da Escritura…]; que o exercício que tenta ver
mágica de revelação na exegese, é
tolice [prova disso é o modo como ele “usa” as Escrituras do Antigo Testamento];
que qualquer “interpretação” que
não seja via Encarnação,
ou seja: centrada exclusivamente em Jesus — é engano religioso que presume ler
tudo o que foi dito como “interpretação correta”...
Como poucos [...] Paulo entendeu que o Evangelho era Jesus e que
Jesus era o Evangelho; e que tudo o mais que tivesse havido e sido escrito
antes, como “Escritura”, agora, depois de Jesus, depois da Encarnação, depois de
Emanuel: Deus conosco — teria que ser submetido ao espírito de Jesus, ao
espírito do Evangelho; pois, na Velha Aliança se poderia invocar a Deus para que
mandasse fogo do céu para consumir os
adversários, mas, em Jesus, a mesma idéia antiga de “poder espiritual”,
fora completamente banida, repreendida e abominada por Ele, que, ante tal
proposta de piedade perversa [que eu chamo de piedade...] feita por João, apenas
respondeu com a seguinte afirmação: “Vós não sabeis
de que espírito sois!...”
“Toda Escritura é inspirada
por Deus e apta para o ensino, a correção e a educação na justiça” — dizia
Paulo; embora, ao assim dizer, não transferisse para as Escrituras nada além do
poder de testemunhar Jesus, no que
[...] e se [...] ela desse
testemunho de Jesus; posto que para os apóstolos [e João declara isso], “o testemunho de
Jesus era o espírito de toda a profecia”; ou seja: a finalidade de
toda a Palavra escrita [...] era ser apenas, agora, testemunho da verdade dos
fatos do encontro entre a humanidade e Deus, e, depois, entre os hebreus e Deus,
e, ainda depois, acerca de Israel como nação e Deus como o Senhor das nações; e,
agora, em Jesus, era o testemunho que não se poderia entender antes de haver
Encarnação; por isto, para Paulo, Jesus era a Chave Hermenêutica para a
compreensão das Escrituras...
Assim, em Jesus, se tem a separação nas Escrituras de tudo
quanto fosse circunstancial, passageiro, cultural, histórico, necessário ao
tempo, de um lado, e, de outro lado, tem-se o que é permanente, o que é
definitivo, o que é eterno, o que é Evangelho antes da manifestação histórica do
Evangelho...
Depois de Jesus a Bíblia é a coletânea de livros nos quais se pode
encontrar o testemunho histórico/profético acerca de Jesus, mas não se tem nada
além disso...
Por exemplo, depois de Jesus a leitura se inverteu... Já não se lê as
Escrituras em busca do Messias, mas, a partir do Messias se lê o todo das
Escrituras; visto que, depois de Jesus, tudo quanto não seja Evangelho segundo o espírito de Jesus,
ainda que esteja escrito na Bíblia, caiu [...], segundo Paulo e o escritor de
Hebreus [...], em estado de obsolescência e caducidade...
Sim, Jesus é tudo; e quem não considere Jesus assim [...], ainda não
entrou no reino do entendimento segundo Deus.
Este é um fato ante o qual não há barganhas a
propor...
Ou é assim..., ou, então, ter-se-á tudo com a grife Jesus, mas de Jesus mesmo não se terá nada...
Há, todavia, aqueles que se escandalizam quando digo que Jesus é o
Único Verbo, a Única Palavra Eterna; e que o mais... [a Bíblia toda], é
testemunho humano, inspirado; sim, testemunho dessa esperança ou dessa fé, mas
não é nada..., além disso...; visto que em Jesus, e não na Bíblia, é que estão
ocultos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento...
Sem tal visão tudo é idolatria...
Sim, a Bíblia vira ídolo, as Escrituras ficam maior que Jesus, e as
doutrinas da “igreja” se tornam a “etiqueta comportamental de Deus”, conforme
definida pelos homens...
Ou seja: porque deixou de ser assim é que herdamos a desgraça do
“Cristianismo de Constantino”, que é o que se tem como “igreja” e “crença” em
Jesus até hoje; mas que nada tem a ver com o Evangelho; posto que tudo tenha
sido construído a partir da Bíblia como livro e dos “mestres” como
decodificadores da revelação; e, em tal caso, Jesus tinha que se harmonizar com
o todo da Escritura, e não a Escritura se harmonizar a Jesus
[...].
Para os apóstolos, no entanto, se requeria a coragem de deixar de
fora tudo quanto não coubesse mais [...] ante o avanço revelado da vontade de
Deus encarnada em Jesus.
Esta é a coragem de ruptura que também se demanda de quem quer que
queira tornar-se discípulo de Jesus, e de Jesus
somente...
Você tem outra pretensão?...
Ora, nossa única pretensão deveria apenas ser o tornarmo-nos cartas
vivas [...], evangelhos de carne e sangue [...], epistolas de reconciliação
[...], escrituras feitas de inscrição no coração...
Sim, pois em Jesus, tanto como promessa feita pelos Profetas, como
também mediante o Seu próprio Prometer aos Seus [todos] discípulos — está dito
que todos os que Nele cressem seriam evangelhos andantes [...], cartas hebréias
em sua mobilidade no caminho [...]; ao ponto de Paulo declarar que nosso chamado
é para sermos cartas vivas, escritas pelo Espírito do Deus vivente; cartas essas vistas e lidas por todos os homens, mediante os nossos atos de amor, e nossa
visão tomada pela mente de Cristo, que é o Evangelho.
Doutrina certa segundo Jesus é vida vivida em
amor...
O que passar disso é Cristianismo, não Evangelho!
Pense nisso!
Nele, que é tudo que como tudo eu precise nesta vida ou em qualquer outra
forma de existência,
Caio
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