Conteúdo: a sua marca tem?
Já não é novidade que as marcas viraram mídia. Muitas delas, no entanto, ainda
não se tocaram disso. Apesar de o Brasil ser um dos poucos países no mundo em
que a mídia de massa, especialmente a TV, ainda predomina – fazendo assim
perdurar um modelo de propaganda da idade da minha avó –, é nítido, claro e
notório que os hábitos dos consumidores mudaram, principalmente os novos
consumidores, os early adopters e a Geração Y.
Essas pessoas
que consomem como nunca e influenciam a compra de famílias inteiras não são mais
o alvo da propaganda. Quando querem um produto ou serviço, elas vão até as
marcas. Mudou a mão e a via agora é dupla. Não adianta mais as empresas fazerem
da mídia tradicional uma única forma de comunicação, “empurrando”. O modelo tem
de se reinventar para que a marca “puxe” o consumidor, o que não é nada fácil,
mas também não é impossível.
Em uma palestra exclusiva para brasileiros
em Nova Iorque, realizada há poucos dias, Marc Gobé, fundador da Emotional
Branding, autor do livro de mesmo nome e um dos maiores especialistas em marca
do mundo, mostrou o quanto as marcas são chatas ao não aderirem ao novo modelo.
A saída é fazer delas um show, um entretenimento – isso porque as pessoas saem
de casa para ir a um espetáculo.
Marketing de
conteúdo
O que as marcas precisam é entregar conteúdo relevante ao
seu público, o consumidor precisa se ver na marca. Há vários modelos práticos,
desde o brand entertainment, ou brand content, até a atitude
de marca. Veja o caso da Red Bull, como uma marca transgressora, que tem
propósito e atitude, ela se alimenta da aventura e de eventos inusitados para
atrair consumidores. Ela promove conteúdo.
Tenho ouvido e visto cada vez
mais sinais do que já chamaram até de marketing de conteúdo. Independentemente
do nome, a realidade é que sua marca deve promover algo que atraia o consumidor.
Esse algo pode ser um serviço, um aplicativo mobile, um game
ou um blog em que você dá dicas de decoração, como bem faz a construtora
Tecnisa. Não é difícil, basta ver qual é a essência da marca, qual é o propósito
dela e desenvolver os projetos. E é aqui que está o problema.
Uma marca
que desenvolve um conteúdo de qualidade, relevante, útil, pertinente, diferente,
interativo e alinhado aos objetivos estratégicos da empresa se diferencia das
demais, cria identificação, proximidade, relacionamento e envolvimento com o
consumidor, forma uma grande barreira de saída e pode ajudar em uma crise.
Promover conteúdo nesse mundo conectado em rede é um ótimo caminho para engajar
as pessoas, para ajudar a comprar, em vez de vender.
Bruno
Mello é editor-executivo do Mundo do Marketing.
Para pensar
Walter Lippman
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