Os
comunistas mataram muito mais gente no século 20 do que o nazismo, o que é óbvio
para qualquer pessoa minimamente alfabetizada em história contemporânea.
Disse
isso recentemente num programa de televisão. Alguns telespectadores indignados
(hoje em dia ficar indignado facilmente é quase índice de mau-caratismo) se
revoltaram contra o que eu disse.
Filósofo Luiz Felipe Pondé
Claro,
a maior parte dos intelectuais de esquerda mente sobre isso para continuar sua
pregação evangélica (no mau sentido) e fazer a cabeça dos coitados dos alunos.
Junto com eles, também estão os partidos políticos como os que se aproveitam,
por exemplo, do caso Pinheirinho para “armar” a população.
O
desespero da esquerda no Brasil se dá pelo fato de que, depois da melhoria
econômica do país, fica ainda mais claro que as pessoas não gostam de
vagabundos, ladrões e drogados travestidos de revolucionários. Bandido bom é
bandido preso. A esquerda torce para o mundo dar errado e assim poder exercer
seu terror de sempre.
Mas
voltemos ao fato histórico sobre o qual os intelectuais de esquerda mentem: os
comunistas (Stálin, Lênin, Trótski, Mao Tse-tung, Pol Pot e caterva) mataram
mais do que Hitler e em nome das mesmas coisas que nossos intelectuais/políticos
radicais de esquerda hoje pregam.
Caro
leitor, peço licença para pedir a você que leia com atenção o trecho abaixo e
depois explico o que é. Peço principalmente para as meninas que respirem
fundo.
“(…)
um novo interrogador, um que eu não tinha visto antes, descia a alameda das
árvores segurando uma faca longa e afiada. Eu não conseguia ouvir suas palavras,
mas ele falava com uma mulher grávida e ela respondia pra ele. O que aconteceu
em seguida me dá náuseas só em pensar. (…): Ele tira as roupas dela, abre seu
estômago, e arranca o bebê. Eu fugi, mas era impossível escapar do som de sua
agonia, os gritos que lentamente deram lugar a gemidos e depois caíram no
piedoso silêncio da morte. O assassino passou por mim calmamente segurando o
feto pelo pescoço. Quando ele chegou à prisão, (…), amarrou um cordão ao redor
do feto e o pendurou junto com outros, que estavam secos e negros e
encolhidos.”
Este
trecho é citado pelo psiquiatra inglês Theodore Dalrymple em seu livro “Anything
Goes – The Death of Honesty”, Londres, Monday Books, 2011. Trata-se de um relato
contido na coletânea organizada pelo “scholar” Paul Hollander, “From Gulag to
the Killing Fields”, que trata dos massacres cometidos pela esquerda na União
Soviética, Leste Europeu, China, Vietnã, Camboja (este relato citado está na
parte dedicada a este país), Cuba e Etiópia.
Dalrymple
devia ser leitura obrigatória para todo mundo que tem um professor ou segue um
guru de esquerda que fala como o mundo é mau e que devemos transformá-lo a todo
custo. Ou que a sociedade devia ser “gerida” por filósofos e cientistas
sociais.
Pol
Pot, o assassino de esquerda e líder responsável por este interrogador descrito
no trecho ao lado, estudou na França com filósofos e cientistas sociais (que
fizeram sua cabeça) antes de fazer sua revolução, e provavelmente tinha como
professor um desses intelectuais (do tipo Alain Badiou e Slavoj Zizek) que tomam
vinho chique num ambiente burguês seguro, mas que falam para seus alunos e
seguidores que devem “mudar o mundo”.
De
início, se mostram amantes da “democracia e da liberdade”, mas logo, quando
podem, revelam que sua democracia (“real”, como dizem) não passa de matar quem
não concorda com eles ou destruir toda oposição a sua utopia. O século 20 é a
prova cabal deste fato.
Escondem
isso dos jovens a fim de não ter que enfrentar sua ascendência histórica
criminosa, como qualquer idiota nazista careca racista tem que enfrentar seu
parentesco com Auschwitz.
Proponho
uma “comissão da verdade” para todas as escolas e universidades (trata-se apenas
de uma ironia de minha parte), onde se mente dizendo que Stálin foi um louco
raro na horda de revolucionários da esquerda no século 20. Não, ele foi a
regra.
Com
a crise do euro e a Primavera Árabe, o “coro das utopias” está de volta.
*Luiz
Felipe Pondé, filósofo, escritor e ensaísta, doutor pela USP,
pós-doutorado em epistemologia pela Universidade de Tel Aviv, professor da
PUC-SP e da Faap.
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