Líder em família
Muitos a consideram como o tipo de organização ideal para se trabalhar. Já
outros acreditam ser um ambiente de trabalho ineficaz. Estamos falando das
empresas de controle familiar. Inicialmente, é preciso compreender
que os gestores dessas companhias são seres humanos e, como tal, são
indivisíveis, ou seja, os líderes jamais conseguirão ter um completo
desprendimento entre a vida familiar e os negócios. Até porque os negócios
nascem e crescem com todo o envolvimento e cumplicidade da família.
A
verdade é que, comandadas por herdeiros, cônjuges e sucessores, as empresas
familiares constantemente servem de exemplo do que não fazer para administrar os
negócios. Casos de insucesso mostram bem como uma fortuna acumulada em anos pode
ser perdida em pouco tempo nas mãos de uma geração mal preparada para tomar
conta dos negócios. No mundo, acredita-se que a média histórica de empresas
familiares que sobrevivem até a terceira geração é de, no máximo, 10%. No
Brasil, especialistas garantem que menos de 5% delas vingaram até o neto ou
bisneto assumir o comando.
O correto é que em uma empresa familiar os
donos fundadores já têm seus cargos específicos: de donos. No entanto, isso não
significa exatamente que eles sempre administrarão os negócios. O que acaba
acontecendo nessas companhias é a sucessão ou situações em que o fundador
continua administrando a organização em conjunto com seus familiares diretos
e/ou indiretos. Outras vezes, a melhor maneira de resolver a evolução da empresa
é mesmo transformando os donos em conselheiros e contratando profissionais
capacitados para administrar, deixando a família fundadora no controle de
números, estratégia e acompanhamento.
Em todo caso, a tarefa de um líder
que precisa integrar um parente “poderoso” na estrutura hierárquica de uma
empresa familiar nunca é fácil e deve envolver um processo com muito diálogo e
reflexão. Quem contrata deve expor os direitos e deveres, valores da companhia e
normas de conduta. Já quem dá a demissão tem de planejá-la para evitar conflitos
e intrigas. Depois disso, precisa comunicar aos familiares próximos ou
diretamente àquele que será demitido e deixar claro os motivos da
dispensa.
Estabelecer, desde o início do relacionamento, uma linha
divisória entre família e empresa é a grande chave da liderança para evitar
conflitos. Dentro da organização, palavras como pai, mãe, filho, irmão, cunhado,
entre outras devem ser proibidas. Todos precisam ser chamados pelos
nomes.
Enfim, no ambiente de uma empresa familiar, mais do que nunca, os
líderes têm de lembrar que os problemas e as disputas pessoais também devem
permanecer da porta da companhia para fora. É preciso evitar, a todo custo, as
discussões que invadem corredores e transpõem as paredes e divisórias do
escritório, pois isso contamina as equipes com fofocas e falta de
comprometimento.
Um grande abraço,
Cleverson
Uliana
0 Comentários:
Postar um comentário